quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crônica: Uma Horda de Inconsequentes e Incompetentes




UMA HORDA DE INCONSEQUENTES E INCOMPETENTES:
SOBRE A GREVE DA PM-BA (2012)

[Mateus Almeida Cunha]


Se, por um lado, a Constituição Federal Brasileira garante a todos o Direito a greve, essa atitude legal (apesar de ser imoral) dos Policiais Militares baianos, em seu 9º dia, causou nada mais que 132 assassinatos (registrados), mais de 200 roubos de veículos (registrados), dezenas de arrastões, prejuízos estimados em R$ 400 milhões além de terror psicológico na população.

Há de se ter consciência que, em muitas vezes, apesar de certas ações/atitudes serem legais, não significa que sejam morais ou tampouco dignas de elogios. Quando se escolhe uma profissão, deve-se abraçar a sua causa máxima. Os policiais têm a importantíssima função de proteger a população, manter e garantir a ordem (ao menos isso), o que não vem sendo feito. Policiais, médicos, bombeiros (e outros que agora não tenho capacidade de lembrar) não podem em hipótese alguma fazer greve. Suas ações (ou falta delas) põem vidas em risco ou, pior, induzem à morte. Qual classe profissional pode (legalmente) se afastar de suas funções (entenda: fazer greve) fortemente armada? Isso é abuso de poder. O Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que os servidores públicos têm direito à greve, mas esse direito não é válido para serviços públicos realizados por grupos armados, tais como policiais civis e militares!



Apesar de também ser algo legal (porém imoral) a greve dos rodoviários também é repudiável por gerar o caos em toda uma cidade, impedindo a todos o direito de ir e vir assegurado na Constituição Federal. Bom, sob esse aspecto, portanto, me parece ser inconstitucional, mas isso não vem ao caso. O que deve ser destacado é que a greve dos rodoviários, por exemplo, não é responsável pelo assassinato de pessoas, roubo de veículos nem arrastões. A greve (arruaceira) de estudantes também não provoca homicídios. A propósito, por falar em estudantes, os PM puderam atirar contra eles, com projéteis de borracha numa das greves que ocorreu, “para manter a ordem”. Entretanto foi dita condenável, pelos PM, a tática usada pelo Exército para “restabelecer a ordem”, usando o mesmo tipo de arma com projéteis de borracha. É estranho se pensar que PM pode atirar em estudante, mas o Exército e/ou a Força Nacional não pode atirar na PM.



São sabidas as condições de risco que os policiais estão sendo expostos diariamente para assegurar a nossa integridade física (e também psicológica), bem como as deficiências existentes em qualquer setor e majoradas na área de Segurança Pública (falta de coletes, viaturas, armamento, dentre outras tantas). Mas, isso não é motivo de serem cúmplices de assassinatos coletivos e manifestação de terror à população. É... o Poder Executivo, com sua horda de policiais, parece mesmo estar conseguindo realizar a “execução”... mas, dessa vez, dezenas de pessoas...