domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poesia - Sobre a Solidão II

Sobre a Solidão II
(Mateus Almeida Cunha)


Solidão :
É o pedaço de si que lhe falta e mais lhe dói
É um pedaço que, inexistente, corrói.

É estar, em parte, incompleto
É não sentir-se, em si, repleto.

É perder-se em meio a tantos
É perder-se em seus cantos.

É perder-se em emoções,
É um abismo de sensações.

É sentir, no fundo, algo a lhe dilacerar,
É sentir, lá dentro, espedaçar.

É não encontrar sua salvação,
É, na verdade, sofrer em vão.

É calar-se, na hora do grito,
É não lhe ser suficente,
É desfazer-se
em si.

Poesia - Sobre a Solidão I

Sobre a Solidão I
(Mateus Almeida Cunha)


Solidão:
uma cacto que brota do vazio,
em meio a seu deserto de si.

Em meio a tantos outros,
entre flores, rebenta.

Seria uma flor a se esconder
entre os espinhos?

Mesmo entre tantos outros,
definha, sofre, sente.

Defende-se, refém de si:
angústia da sua solidão.