domingo, 31 de outubro de 2010

Poesia: Vende-se um Coração

VENDE-SE UM CORAÇÃO
(Mateus Almeida Cunha)


        [poema resgatado de manuscritos
do ano de 2005 ou 2006.
Esquecido pelo tempo,
dormindo num sono tranquilo e profundo]


Vendo um coração semi-novo, pouco tempo de uso,
com pouca, quase nenhuma experiência amorosa. 
Passou por algumas emoções, é certo
mas, nenhuma como a que se pretendia.


Batidas cardíacas rítmicas, compassadas:
traz também tantas tristezas...

Funciona quase perfeitamente:
só não dispara grande emoções.


Permanece gélido, fraco, inconsólito
carregando em si, sua própria seiva: sangue.


Rubro, já não se declara:
repara os enamorados.


Quem o quiser, falar com
o Sr. Preciso Amar Agora.


Endereço: Rua da Saudade, n.º 103
Edifício da Carícia, 4º andar, Praça dos Amantes.


Observação: único dono.
Pouco uso pelas circunstâncias.




[comentário: fiz numa época em que lia Drummond 
com uma intensidade fantástia e acho que, 
nesse poema, consegui carregar um pouco da sua influência.
Ao reler, percebi isso.]

5 comentários:

  1. Lindo.
    Você tem talento, Matthews.

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  2. Mateus se pudesse falar do meu, acho que seria uma dose antípoda do seu !!! Risosss, olha comprar eu não tenho interesse, mas posso recomendar umas infusões que poderiam adicionar mais elementos à seiva dessa delicada bomba sentimental de nossa chave cósmica (corpo).

    Então falaria, oferece-se seivas florestal-floral para corações vende-se por pouco uso ... !!!

    Risosss,

    ... é um pouco(muito) doloroso sentir, mas é !

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  3. Mater, só vi agora. kkkkkkkkkkkkkkk
    Como sempre, uma retardatária .rsrsrsrs

    Amei. Bjos e te Amo!!!!

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  4. Muito obrigado, LP. Tenho um carinho especial por essa poesia.
    Abraços

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