domingo, 16 de janeiro de 2011

Ensaio: A Dança do Acasalamento no Século XXI - Horácio A.E.

Me agradou muito receber esse texto, na verdade um ensaio, de um(a) conhecido(a) que não gostaria de ser identificado(a). Concordo plenamente com o texto. Há algumas palavras que talvez sejam inadequadas para a publicação (pelo menos eu creio que não as escreveria em sã consciência), mas isso não importa. O que importa é o conteúdo.





A Dança do Acasalamento no Século XXI
(Horácio A.E.)


Todos os animais acasalam. Os humanos são animais. Partindo-se de um raciocínio dedutivo, logo, acasalamos também. Entretanto, alguns animais (irracionais) procedem a uma dança de acasalamento para chamar a sua parceira (ou o seu parceiro) para a atividade sexual. E isso não difere do que é realizado no nosso meio, principalmente entre os jovens (que se encontram no período fértil e no auge da virilidade).

O que fazem os jovens antes de sair de casa para paquerar? Tomam banho, arrumam-se, maqueiam-se, colocam um bom perfume e saem cheios de vontade para a night pra ver o que é que tá rolando. Chegando na boate (ou no barzinho), encontram os amigos... os amigos dos amigos... as amigas... as amigas das amigas... alguns conhecidos "de vista"... fazem novos contatos... Olham, flertam, bebem, dançam. É como se a bebida fosse, de alguma forma, um símbolo da juventude e do ápice de "estou gostando daqui". Como se aquilo fosse um prolongamento da casa.

Em nada, ou em muito pouco, difere do resto do mundo animal. Os homens ficam no canto, aos poucos mostrando o seu charme (depois de algumas doses leves de álcool, para socializar) para as mulheres que, como se não quisessem, procuram escolher um parceiro que possivelmente lhe proporcionará um bom prazer carnal (ainda que o sexo não se efetive, mas os preliminares contam!).   

Por que, apesar de um provável bom pai, não dar a chance para aquele lunático nerd esquisitão magricela? Porque ele não serve para lhes saciar a vontade. Por isso, escolhem aqueles que exalam mais hormônios, com mais cara de machos, prontos para investir em sua presa. Eles foram mais treinados, eles sabem lhes satisfazer.

O mesmo ocorre com os homens. Por que não escolher aquela mulher tímida, escondida entre suas duas gostosas (e peitudas) amigas? Porque ela não teve a capacidade de mostrar-se como fêmea, como uma provável pervertida sexual a lhes satisfazer completamente até levá-los ao delírio.

Até mesmo as putas (ou melhor, profissionais do sexo) possuem toda a sua malícia do acasalamento. E essas putas oferecem seus corpos e esfregam-se nos machos potenciais. Não pelo seu prazer. Isso não. Mas por fazê-los enlouquecer e querer mais e mais e se tornarem escravos do seu corpo, ainda que para isso tenham de pagar.

Os adolescentes, rapazes, como verdadeiros pavões, estufam os peitos, colocam um creme ou gel no cabelo, uma camisa coladinha onde se possam ver seus músculos (recém-adquiridos na academia do prédio, ao malhar com os amigos) e saem. Vão, aos poucos, nas festas que lhes são permitidas, chegando ao centro. Começam a insinuar uma dança, lançam olhares, oferecem bebidas (que não deveriam estar bebendo) e partem também para o ataque. Aquele que dança melhor, pode ser um potencial alvo para as moças que os observam.

E assim, aos poucos, percebemos que não somos tão diferentes dos demais animais quanto acreditávamos. A dança do acasalamento ainda impera no século XXI.

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