quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Poesia: Não Acordar um Dia


NÃO ACORDAR UM DIA
(Mateus Almeida Cunha)



Um dia o mundo há de cansar-se de mim!
E mesmo não querendo há de levar-me. Para onde?
Para onde nem sei se existe ou existirá.
Amanhã terei de levantar e sentir meus próprios sentidos.

Quem sabe quando a tarde vier,
a noite surgir e findar o dia:
eu saberei esperar?
Eu espero...

Quem sabe os raios escarlate-dourados do Sol,
que se escondem entre as nuvens,
me façam esquecer
minha insignificância?

Quem sabe a noite silenciosa
me faça pensar que nada existiu,
nada nunca existiu, eu nunca existi,
e tudo é uma grade ilusão?

Quero uma noite longa de descanso,
sobre a relva que me cobrirá um dia,
em seus braços cheios de terra,
a me agasalharem para sempre.

[Autoria: Mateus Almeida Cunha]

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